A sala estava composta, com as diferentes forças políticas representadas como seria de esperar ou não estivéssemos nós em plena campanha eleitoral.
Curiosamente, há pessoas que passam a vida nas redes sociais a mandar “bombas de mau cheiro”, mas depois nos sítios adequados ao debate de opiniões políticas nunca aparecem…. Mas adiante….
No período antes da ordem do dia abordei vários temas que considerei relevantes, não obstante já terem sido falados em Assembleias anteriores.
1 – Tampas de esgoto desniveladas e estrada que liga a Quinta da Torre à Quinta da Lagoalva
O tempo passa e os carros também. O nível de ruído na estrada é ensurdecedor especialmente à noite quando atravessam a grande velocidade os camiões de transporte de resíduos. Já para não falar da insegurança rodoviária inerente ao mau estado da estrada.
A resposta foi mais uma vez evasiva. Conhecedor do problema há anos, Mário Pereira voltou a sublinhar as suas notas dizendo apenas que há diferentes responsáveis sobre as tapas e caleiras.
Sobre a estrada para a Lagoalva nem um comentário.
2 – O lixo para reciclagem que vagueia e acumula ao lado dos contentores
Sugeri ao Presidente que renegociasse o contrato com a Resitejo pois como a recolha é quinzenal ao 10º dia os contentores já estão cheios. E todas as segundas passam para recolher o lixo orgânico e dão boleia às embalagens, papelão e vidro misturado.
Claro que o Presidente desconhecia tal ilegalidade ambiental. Mas ainda bem que agora já sabe.
3 – Degradação dos espaços públicos
Era inevitável que este assunto fosse abordado, pois teve o seu impacto nas redes sociais dias antes. Perguntei porque razão só quando ganham visibilidade nas redes sociais é que são resolvidos?
A resposta já típica da falta de recursos humanos chegou em primeiro lugar, seguida da justificação de só agora se iniciarem os treinos.
Numa terra agrícola como a nossa não compreendo a falta de pessoal de rua. Má gestão de recursos humanos concerteza, não se me afigura outra explicação.
4- Sobre a revista faustosa, bom…, o natal chegou mais cedo este ano, e pouco há a dizer para além do facto do dinheirinho poder ser melhor gasto e da Câmara neste momento ser uma verdadeira comissão de festas, pois nem uma foto relacionada com o desenvolvimento económico apareceu. Mário Pereira não concordou.
5 – Alpiagra e Feira do Melão.
Dois bons eventos, mas muito aquém do seu propósito. A primeira continua a ser uma feira local, não obstante a publicidade fora do concelho. Mas a verdade é que as vendas de muitos comerciantes ficaram abaixo das espectativas. 99% das pessoas são locais e não compram em feiras. Há por isso que projetar a feira de uma outra forma.
Sobre a feira do melão, novamente uma feira feita à nossa medida, mas não a pensar nas necessidades dos meloeiros. Ao lado estão a trabalhar melhor que nós e é preciso ter isso em conta.
6 – IMI’s
Não pude deixar passar em branco uma declaração sobre o investimento que a Autarquia faz pela não cobrança de 0.2% de IMI a todos os Alpiarcenses.
É curioso a volta que os políticos dão aos assuntos para ficarem reconhecidos pela população. Há uma tendência em distorcer a realidade a seu favor. A realidade é que com a alteração do código do IMI todos os prédios urbanos foram reavaliados, o que provocou um aumento generalizado do Valor Patrimonial Tributário sobre o qual incide a taxa de IMI. Ora este valor (VPT) aumentou +4 vezes, e ao aplicar-se a taxa de IMI mais baixa o imposto continuava a ser 3 vezes superior ao original. Portanto, e para evitar tentações politiqueiras, sempre que se falar em IMI à taxa mínima, é bom lembrar que atualmente o VPT é substancialmente superior.
7 – Cortes elétricos
Uma das queixas que mais ouvimos ultimamente prende-se com os cortes elétricos sucessivos. Todos os dias, sensivelmente à mesma hora, há um apagão em Alpiarça. Não tivéssemos as nossas casas repletas de equipamentos eletrónicos e o silêncio da escuridão até que saberia bem. Mas o problema é que estes cortes e recargas rebentam os equipamentos e temos várias pessoas a queixarem-se.
Questionado sobre o porquê destes cortes o executivo tentou vender-nos a ideia de que a culpa era de um bando de estorninhos que todos os dias à hora certa pousavam nos fios quebrando a corrente.
Admito que de boa fé tenha “comprado” esta explicação. Também de boa fé vou à assembleia na espectativa de ouvir explicações plausíveis, e não gosto de perder tempo com disparates. Mas foi o que foi.